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Leila Nunes, professora do IFAP, planeja cursos para ex-alunos do cursos técnicos e de graduação / Ronald Freitas ENBPar

Professores pretendem disseminar EnergIF em cidades de origem

Material didático sobre eficiência energética está disponível gratuitamente no site http://sites.florianopolis.ifsc.edu.br/energif/trabalho-3/

O campus de Breves do Instituto Federal do Pará (IFPA) exerce uma grande influência no cotidiano do município da ilha do Marajó, situado a 270 quilômetros de Belém, mas com acesso somente por vias aérea ou fluvial. É da escola de ensino técnico e superior que saem muitas das informações e projetos que estão mudando a vida da população de 107 mil habitantes. Foi de lá que os professores Sávio Oliveira, Sebastião Avelino e Diego Lopes saíram para participar do EnergIF, curso promovido pelo Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica) e pelo IFSC (Instituto Federal de Santa Catarina), na capital paraense, para a promoção da cultura de eficiência energética.

Para devolver à comunidade o conhecimento adquirido ao longo desta semana, os professores programam para 2025 um curso para eletricistas e ex-alunos da campus de Breves sobre o consumo consciente de energia. “Nós costumamos gastar mais energia do que realmente precisamos. Ter essa consciência vai fazer uma grande diferença, ainda mais em um local de muita pobreza”, afirma Oliveira. A propagação da cultura da eficiência energética é fundamental para se combater o que o professor Rafael Rodrigues, do IFSC, chama de “efeito rebote”. “Temos observado um aumento do consumo, entre 10% e 15%, por parte das pessoas que instalam um sistema fotovoltaico, provocado por uma sensação de abundância”, diz.

Para se combater o desperdício, o primeiro passo é o monitoramento do consumo, segundo Rodrigues. O segundo é o diagnóstico, a partir do qual são implementadas as ações de combate a eventual desperdício. Em Breves, onde já há muitos sistemas de geração fotovoltaicos, a cultura do consumo eficiente e racional pode fazer a diferença. “Precisamos levar esse conhecimento para cada vez mais gente por meio dos FICs porque ainda temos muitas comunidades ribeirinhas sem energia”, diz Diego Lopes, professor de gestão ambiental do campus de Breves do IFPA. Os FICs são cursos de formação inicial e continuada que não exigem a aprovação no ENEM de seus alunos.

Professora do campus Macapá do Instituto Federal do Amapá (IFAP), Leila Nunes pretende apresentar o conteúdo do EnergIF para ex-alunos dos cursos técnicos e de graduação. “Vamos assistir às 40 horas de conteúdo online e já pensar no edital para a abertura de vagas para ex-alunos do IFAC”, diz. Além dos cursos realizados em cada uma das cinco regiões do Brasil, o EnergIF desenvolveu material didático sobre os temas estratégicos ligados à eficiência energética: Eletromobilidade, Biocombustíveis, Biogás Metano, Energias Eólica e Fotovoltaica e Eficiência Energética em Edificações e na Indústria. Os livros foram elaborados por professores de oito instituições de ensino selecionados por chamada pública. O conteúdo pode ser acessado no site http://sites.florianopolis.ifsc.edu.br/energif/trabalho-3/.

A formação de profissionais comprometidos com os conceitos de eficiência energética é uma das frentes de atuação do Procel, lançado pelo governo federal, em 1985, e que tornou o Brasil um dos primeiros países do mundo a tratar do tema. Em quase 40 anos, o Programa já permitiu a economia de 240 bilhões de KWh de energia e evitou R$ 4,14 bilhões de investimentos na geração dessa energia economizada pelas ações de eficientização de máquinas e equipamentos, nas edificações e redes públicas de energia, entre outras ações. Hoje, a gestão do Procel é feita pela Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar), vinculada ao Ministério de Minas e Energia.ca