Dois anos depois de entrar no ar, o Portal de Gerenciamento de Energia (PGEN) já monitora o consumo de 20% das 685 unidades da Rede Federal de Ensino Profissionalizante, Científico e Tecnológico (Rede EPCT). Esse conjunto de prédios públicos reúne todos os campi dos Institutos Federais (IFs), os Cefets e as unidades do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, onde são ministrados 12,9 mil cursos a 1,6 milhão de alunos matriculados. Até novembro, outros 40 campi devem ser conectados ao Portal, chegando-se a 187 unidades monitoradas.
Os números mais recentes do PGEN foram apresentados esta semana, no Encontro Nacional do EnergIF, em Florianópolis. Os dados são públicos e podem ser acompanhados pelo site pgen.app. Desenvolvido por professores e pesquisadores do IFSC (Instituto Federal de Santa Catarina), o Portal espelha a medição das distribuidoras de energia elétrica, possibilitando aos campi conectados acompanhar seu consumo em tempo real, corrigir distorções e combater o desperdício.
O PGEN é parte do projeto EnergIF, promovido pelo Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica) em parceria com o IFSC (Instituto Federal de Santa Catarina) para a eficientização energética dos Institutos Federais (IFs), que inclui a instalação de placas fotovoltaicas para a geração de energia e a injeção de eventual excedente na rede das distribuidoras. A fase atual do EnergIF será concluída em dezembro.
Segundo o professor-doutor do IFSC Rafael Rodrigues, idealizador do PGEN, a economia média nos campi monitorados varia de 5% a 10%. “Sempre há ganho econômico possível, sem contar o combate à cultura do desperdício”, afirma Rodrigues. Antes da conexão do PGEN, os campi passam por um diagnóstico de sua rede de energia e do consumo e são corrigidos eventuais problemas encontrados. Na readequação das redes de energia e dos equipamento de monitoramento instalados nos campi são consideradas as características locais de insolação, ventilação ou maresia, por exemplo, no caso dos campus próximos ao litoral, visando à durabilidade e manutenção adequada dos equipamentos.
A tecnologia, desenvolvida nos laboratórios do IFSC, é aplicada por professores e técnicos da instituição catarinense, com acompanhamento de alunos e professores dos campi monitorados. Ela permite a análise da qualidade da energia fornecida pelas distribuidoras, evitando-se danos aos equipamentos eletroeletrônicos da rede pública, e o monitoramento dos sistemas fotovoltaicos. O IF interessado arca apenas com a infraestrutura básica, cujo custo médio é de R$ 1mil. O equipamento de monitoramento, as viagens para diagnóstico e instalação e a licença do software do IFSC é custeada pelo Procel.
A economia na conta de luz varia Brasil afora. No campus Caucaia do IF Ceará, por exemplo, o ganho anual foi de R$ 15 mil. Nos campi Simões Filho e Feira de Santana do IF da Bahia, a soma chegou a R$ 13 mil. Ainda em 2024, o Acre deve se tornar o primeiro estado do Brasil a ter todos os campi de IFs monitorados. São sete em todo o Estado. Nas quatro unidades onde o sistema está em funcionamento a redução média do consumo foi de 20%, segundo o engenheiro eletricista Bruno Roseno, um dos responsáveis locais pelo PGEN.