Dos restaurantes, supermercados, salões de beleza, hospitais, escolas, hotéis, pousadas e motéis brasileiros, 7% geram parte ou toda a energia elétrica que consomem. Desse total, a fonte solar já representa 81,8% do insumo. No Nordeste, esse percentual é de 90%, contra 22% no Sudeste. Do total, 8,54% ainda usam geradores a diesel. A geração própria usada majoritariamente para emergência e cerca de 10% no horário de pico. Dados como esses foram apresentados hoje, como resultado da Pesquisa de Posse e Hábitos de Uso de Equipamentos Elétricos na Classe Comercial (PPH Comercial 2023), contratada pelo Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica) e realizada pelo Instituto Jumppi Inteligência e Pesquisa.
Ao longo do ano passado, 240 pesquisadores visitaram 16,6 mil empresas das 26 capitais estaduais e do Distrito Federal, dos setores citados acima, para produzir um dos mais completos retratos da forma de consumo de energia pelo comércio e prestadoras de serviço brasileiro. As perguntas, que em alguns setores superaram as 200, variavam de acordo com a atividade. Mas 74 questões eram comuns a todo o tipos e portes de empresas. Assim, se pode saber que 95,5% do total não capta água da chuva e que 87,83% utilizam água da rede geral de distribuição. 80% utilizam tecnologia LED nos seus sistemas de iluminação. “Essas são informações importante para o plano de negócios das empresas”, ressalta o gerente do Procel, George Soares, que apresentou o resultado do levantamento. Lançado em 1985 pelo Ministério de Minas e Energia, o Procel é um dos programas de eficiência energética mais antigos do mundo e, desde 2023, está sob gestão da ENBPar.
Além dos hábitos de consumo, a PPH Comercial também mediu o grau de conscientização do público em relação à eficiência energética. Do total de entrevistados, 93,53% disseram concordar totalmente com a afirmação “A preocupação com a eficiência energética é importante”. Para Miguel Marques, diretor de Gestão de Programas de Governo da ENBPar, “a abrangência e a extensão da pesquisa a tornam fundamental tanto para a orientação de políticas públicas quanto para o planejamento da indústria eletroeletrônica”. Ao mostrar que 85% dos entrevistados reconhecem o selo Procel de eficiência energética, por exemplo, a pesquisa manda um recado ao fabricante que resiste em produzir equipamentos mais eficientes. Os números também revelam que 50% dos pesquisados pretendem substituir equipamentos eletroeletrônicos nos próximos dois anos.
A PPH Comercial 2023 é a primeira a mapear o setor de serviços com tamanha abrangência. O levantamento anterior do Procel tinha sido feito em 2005 (PPH Comercial 2005), mas ateve-se a estabelecimentos de alta-tensão. Os setores foram definidos em razão do uso intensivo de energia. Os supermercados, por exemplo, necessitam de muita energia para refrigeração de alimentos, ar-condicionado e iluminação. Os restaurantes, para cocção e armazenamento de alimentos. Os salões de beleza são o setor com o mais número de CNPJs ativos no Brasil. A margem de erro da pesquisa é de 4 pontos percentuais por região por ramo de atividade.
A apresentação da pesquisa, feita hoje durante webinar realizado no auditório da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), no Rio de Janeiro, pode ser vista na página da ENBPar no YouTube: http://youtube.com/@enbpar. A íntegra da pesquisa poderá ser acessada no Procel Info (www.procelinfo.com.br).