A Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar), por meio do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), está finalizando o projeto de aplicação de sistemas termossolares de baixa e média temperatura em indústrias de pequeno e médio porte. O principal objetivo foi fornecer um sistema para aquecimento da água de processo por sistemas solares e reduzir ao máximo a utilização de combustíveis para este fim, aumentando a eficiência energética das unidades industriais contempladas.
“O projeto no momento, já apresenta resultados significativos de eficiência, tanto na redução do consumo dos insumos energéticos antes utilizados, quanto no aumento da produtividade das indústrias pela redução do tempo do ciclo de produção”, relata o assessor do Procel Luiz Felipe Pacheco. De acordo com o Luiz, que é fiscal do projeto pela ENBPar/Procel, além dos ganhos energéticos e financeiros, com o sistema solar instalado, a redução da utilização de combustíveis pelas indústrias para seus processos de aquecimento, reduziu ao máximo a insalubridade interna das indústrias contempladas e consequentemente, passaram a contribuir para: redução das emissões de gases de efeito estufa, melhoria da qualidade do ar local, preservação dos recursos naturais e promoção da transição para energias renováveis, contribuindo para um futuro mais sustentável.
Para o gerente industrial da cervejaria Tarantino em São Paulo, Marcelo Crosta, a expectativa é que eles tenham a água cervejeira quente para fabricação de cerveja mediante a energia solar e com isso obter uma redução no consumo de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), que era utilizado para produzir calor para os processos quentes da indústria. “Nós iniciamos o sistema há poucos dias, mas ele já está mostrando resultados positivos de aquecimento de água e a expectativa é uma redução significativa no consumo energético de GLP utilizado anteriormente pela indústria”, conta.
O sistema fornecido, denominado de SHIP (Solar Heat Industrial Process), está operando em conjunto com o sistema de aquecimento ou geração de vapor atual da indústria, sem realizar modificações no processo de fabricação específico da unidade. A seleção das indústrias foi realizada por meio de uma Chamada Pública, que é parte integrante do projeto, onde após análise dos dados solicitados de cada indústria, foram selecionadas quatro cervejarias – duas no Ceará, uma em Mato Grosso e outra em São Paulo.
De acordo com o gestor de relacionamento da empresa 3e Soluções, Ruan Vieira, foram inscritas seis empresas, das quais quatro foram beneficiadas. “As indústrias contempladas receberam um diagnóstico energético que apontou medidas emergenciais a serem realizadas e serviu de base para elaboração dos projetos termossolares para cada indústria, visando gerar resultados positivos aos participantes”, detalha.
Esses sistemas já estão funcionando a plena carga nas indústrias e reduziram em até 50% o uso de combustíveis para os processos de aquecimento. Essa eficiência de redução depende de diversos fatores, como o volume de água aquecida, a localização geográfica e as condições climáticas. Outro ponto importante é a redução do tempo de produção, proporcionando um aumento do número de ciclos de produção mensais e consequentemente um aumento da produção. O gerente industrial Crosta comentou que atualmente a indústria produz 40 mil litros de cerveja por mês, porém está dimensionada para uma produção de até 100% a mais (80 mil litros) e o sistema termossolar foi projetado para acompanhar esse crescimento produtivo de uma forma mais eficiente.
