Com primeira turma da região Norte, programa atinge meta inicial de 200 professores participantes em todo o Brasil
Professores do ensino profissionalizante, científico e tecnológico dos Institutos Federais (IFs) dos sete estados na região Norte estão reunidos em Belém ao longo desta semana para discutir formas de promover a cultura da eficiência energética. Iniciativa do Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica) em parceria com o IFSC (Instituto Federal de Santa Catarina), o curso de Eficiência Energética em Edificações (EnergIF) está sendo ministrado no campus da capital paraense do Instituto Federal do Pará (IFPA) para 46 docentes. O objetivo é torná-los multiplicadores desses conhecimentos nas salas de aula.
Essa formação é uma das etapas do EnergIF, que inclui ainda a produção de livros didáticos eletrônicos, a medição e gestão do consumo de energia dos campi dos IFs por todo o Brasil e a implantação de unidades curriculares na área de eficiência energética. Além das 40 horas de aulas presenciais haverá outras 40 horas online, quando os professores-alunos já de volta a suas cidades. “Queremos que se tornem embaixadores desse tema. Que mostrem que quanto mais racional for o consumo de energia, maior será o ganho socioambiental e econômico”, afirma James Silveira, professor de Eletrotécnica do IFSC e coordenador geral do EnergIF.
Ao final das aulas em Belém, serão 200 professores formados, incluindo os participantes dos cursos já ministrados em Florianópolis, São Paulo e Salvador para os docentes dos IFs das regiões Sul, Sudeste e Nordeste, respectivamente. Em junho, outros professores dos IF da região Norte vão se reunir no campus de Manaus do Instituto Federal do Amazonas para o curso de Eficiência Energética na Indústria. Os docentes do Centro-Oeste farão o curso em agosto, em Brasília, como parte da programação do Encontro Nacional de Eficiência Energética.
No dia 20 de maio, primeiro dia de curso, os professores Rafael Rodrigues e Rubipiara Cavalcante Fernandes, do IFSC, apresentaram aos professores-alunos um panorama da geração e do consumo de energia elétrica no mundo, das ações para a promoção da transição energética e os conceitos de eficiência energética. “Esse encontro presencial entre colegas – afinal somos todos professores dos Institutos Federais -, é uma forma de enfrentarmos um dos nossos maiores desafios: o da comunicação. A melhor estratégia para multiplicar a cultura eficiência energética é a comunicação direta”, diz Rodrigues.
A formação de profissionais atentos à eficiência energética é uma das frentes de atuação do Procel, lançado pelo governo federal, em 1985, e que tornou o Brasil um dos primeiros países do mundo a tratar do tema. Em quase 40 anos, o Programa já permitiu a economia de 240 bilhões de KWh de energia e evitou R$ 4,14 bilhões de investimentos na geração dessa energia economizada pelas ações de eficientização de máquinas e equipamentos, nas edificações e redes públicas de energia, entre outras ações. Hoje, a gestão do Procel é feita pela Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar), vinculada ao Ministério de Minas e Energia.