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Presidente da ENBPar defende conclusão de Angra 3

Em audiência pública da Câmara dos Deputados, Luis Fernando Paroli disse que obra interessa ao governo federal

O presidente da ENBPar, Luis Fernando Paroli, defendeu ontem (15/08) a conclusão das obras da usina Angra 3. Ao participar da audiência pública da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados, realizada no Rio de Janeiro, Paroli disse que a retomada das obras é do interesse do governo federal. “O MME [Ministério de Minas e Energia] tem interesse pela geração de energia. O MDIC [Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços], pelo desenvolvimento tecnológico. O Ministério da Defesa, o da Fazenda, a Casa Civil, todos com quem tenho conversado têm se mostrado interessados em Angra 3”, afirmou.

Paralisada em 2015 devido à revisão do financiamento, a obra geraria mais de 12 milhões de megawatts-hora por ano quando concluída. Somada à geração de Angra 1 e Angra 2, a energia nuclear passaria a responder por 60% do consumo do estado do Rio de Janeiro ou por 3% do consumo do Brasil. Já foram investidos R$ 7,8 bilhões na usina. Até sua conclusão seriam gerados 7 mil empregos e investidos mais R$ 20 bilhões. “Com a usina em funcionamento nós teremos receita para pagar o investimento total. Sem ela, vamos precisar de recursos públicos para pagar o que já foi investido”, disse.

A retomada de Angra 3 também ignificaria a solução do fluxo financeiro para a Eletronuclear, uma das empresas controladas pela ENBPar. “Aprovada a extensão da vida útil de Angra 1 por mais 20 anos e a decisão de retomar Angra 3, automaticamente será restabelecido o fluxo para a Eletronuclear”, afirmou. Uma decisão sobre Angra 3 pode ser anunciada em setembro quando acontecerá a próxima reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). “Está endo feito um esforço muito grande, há muitas negociações em curso com fornecedores, financiadores, com o governo, para que as obras sejam retomadas com a garantia da modicidade tarifária”, disse.

CEPEL

Paroli também falou sobre a negociação em curso para que o laboratório de Eficiência Energética do Cepel (Centro de Pesquisa de Energia Elétrica) venha para a ENBPar por meio de Itaipu. “Temos todo o interesse em viabilizar essa transferência”, afirmou. Maior centro de pesquisas em energia elétrica do hemisfério sul, o Cepel foi criado há quase 50 anos para integrar os laboratórios de tecnologia criados para suprir a carência do Brasil em tecnologias do setor. A ENBPar é a gestora do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), criado em 1985 e um dos mais  antigos do mundo.