Nova fase do programa vai beneficiar mais 2 milhões de brasileiros até 2028
Lançado em novembro de 2003, o programa Luz Para Todos completou 20 anos levando energia elétrica, dignidade e cidadania a 18 milhões de brasileiras e brasileiros. É uma população equivalente à da Holanda ou à do Equador. O decreto 10.087, de 11 de novembro de 2003, marcava o início da política pública que transformou principalmente a vida das populações rurais e áreas remotas.
A chegada da energia significou para essas famílias a possibilidade de aquisição de eletrodomésticos essenciais e comuns nas cidades, como geladeiras, televisores, tanquinhos de lavar roupas e ventiladores, e o desenvolvimento de negócios que dependiam da conservação de alimentos, como pequenos comércios de alimentos.
“Antes do Luz Para Todos tudo era mais difícil, mais sofrido. Quando eu me entendia por gente, aqui só tinha três casas. Hoje são mais de 50. As pessoas não precisam mais se mudar para a cidade para viver bem”, conta Epifanio Reis Pereira, morador da zona rural de Icatu (MA). Residente no povoado Prata, ele montou uma mercearia onde vende alimentos e artigos domésticos. No Maranhão de Epifanio, a cobertura elétrica passou de 84%, em 2003, para 99,5% dos lares.
Em 20 anos, foram investidos R$ 24,3 bilhões nas extensões de rede elétrica, que chegaram a 3,6 milhões de lares de 5.437 municípios – praticamente todos os 5.568 municípios brasileiros. Desse total, R$ 23,3 bilhões foram destinados às áreas rurais. Outro R$ 1 bilhão foi destinado à Amazônia Legal.
“O Luz Para Todos trouxe dignidade e possibilidade de progresso a milhões de pessoas que viviam na escuridão”, diz o presidente da ENBPar (Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional S.A), Luis Fernando Paroli. Ainda em 2023, a empresa deve assumir a gestão do programa, atualmente sob responsabilidade da Eletrobras.
A terceira fase do Luz Para Todos foi lançada pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva e pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em Parintins (AM), agosto último e vai beneficiar 2 milhões de pessoas até 2026. O investimento previsto para 2024 é de cerca de R$ 2,5 bilhões. Os principais beneficiários desta etapa serão famílias do Norte do país, em especial de regiões remotas da Amazônia Legal. Para o ministro Alexandre Silveira, “A retomada do programa é a consolidação do olhar social que precisamos ter também no setor elétrico”, afirma.