A ENBPar e o Ministério de Minas e Energia abriram hoje uma chamada pública para seleção de indústrias que tenham interesse em otimizar seus sistemas de ar comprimido, tornando-os mais eficientes do ponto de vista energético. Serão selecionadas até 170 empresas dos estados do Amazonas, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. As inscrições seguem até o dia 29 de novembro e podem ser feitas no site https://cpeesaci.procel.enbpar.gov.br.
O processo é simples e não exige a contratação de consultoria. As empresas interessadas têm de informar a quantidade de funcionários, o número e a idade média dos compressores, a potência total instalada, o número e o volume total dos reservatórios, a extensão da rede e a quantidade de pontos de uso de ar comprimido, o consumo médio mensal de energia e a demanda contratada. O resultado será anunciado até o dia 20 de dezembro, após um prazo de recursos previsto no edital.
O projeto vai financiar diagnósticos e propor eventuais ajustes e correções nos sistemas de ar comprimido (compressores, secadores, reservatórios, tubulações), como: redução de vazamentos, otimização dos níveis de pressão, adequação da temperatura do ar admitido, controles para os compressores, recuperação de calor e a melhoria da eficiência dos compressores. “Melhorar a eficiência energética na indústria é uma das maneiras mais eficazes de reduzir a emissão de gases de efeito estufa, por isso a importância desta chamada pública”, afirma o presidente da ENBPar, Silas Rondeau.
Por meio de licitação, o Procel vai contratar as empresas que farão os diagnósticos, acompanhar a implementação das medidas e medir os resultados. Caberá às empresas selecionadas um investimento comprovado máximo de R$ 38,2 mil para aplicação de medidas eficientes e que sejam viáveis economicamente (rápido retorno do investimento) a serem apontadas nesses diagnósticos. “O investimento se paga com a redução do consumo de energia elétrica em prazos muito menores do que a vida útil dos equipamentos”, diz a superintendente do Procel, Juliana Tadeu.
Nos sistemas de ar comprimido a economia pode ser alcançada por meio de intervenções tanto no investimento (CAPEX) quanto na operação e manutenção (OPEX). “O ar comprimido é um dos grandes usos industriais e tem um grande potencial de conservação de energia. A ideia é que a chamada pública lance luz sobe esse sistema e abra oportunidades para que se avance na eficiência energética nesses sistemas”, diz a diretora substituta do Departamento de Informação, Estudos e Eficiência Energética do MME, Samira Sousa.
A chamada pública tem o apoio da Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, por meio do projeto Sistemas de Energia do Futuro, uma parceria entre o Ministério de Minas e Energia (MME) e o Ministério Federal da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento da Alemanha (BMZ), implementado pela Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH.
Ações de eficiência energética, cujo objetivo final é produzir mais com o menor consumo possível de energia, vão possibilitar a redução de 50% da emissão de CO2 na atmosfera até 2030, segundo a Agência Internacional de Energia (AIEA). O Brasil é um países pioneiros em ações do tipo, com o lançamento do Procel em 1985. Hoje, a gestão do Programa é feita pela ENBPar, empresa vinculada ao Ministério de Minas e Energia.