O diretor de Gestão Corporativa e Sustentabilidade da ENBPar, Leandro Xingó, participou, na última terça-feira (21) do Nuclear Legacy 2025, evento promovido pela Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN) para reconhecer profissionais e instituições que contribuem para o fortalecimento do setor nuclear no Brasil.
Xingó foi mediador do painel “A tecnologia nuclear como vetor estratégico para o desenvolvimento nacional”, que reuniu importantes lideranças do setor. O debate abordou o potencial da energia nuclear para impulsionar áreas essenciais como saúde, geração de energia, defesa e inovação tecnológica.
Durante sua fala, o diretor ressaltou o potencial do Brasil no cenário global. “O país possui a sétima maior reserva mundial de urânio, e menos de 30% do território foi devidamente prospectado. Se explorado com responsabilidade e integrado a uma cadeia produtiva nacional, esse recurso pode abrir uma nova fronteira de negócios, fortalecendo a balança comercial, gerando empregos qualificados e atraindo investimentos estrangeiros.”
O painel contou ainda com Antônio Ramiro, diretor da Westinghouse, que apresentou soluções para a construção de novos empreendimentos nucleares, com foco no impacto econômico e no desenvolvimento de competências nacionais.
O Almirante Newton Costa, diretor-presidente da Amazul (Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A.), destacou as aplicações nucleares em processos de irradiação de materiais e esterilização hospitalar, além de seu uso na preservação de documentos históricos.
Representando as Indústrias Nucleares do Brasil (INB), controlada pela ENBPar, o diretor de Produção de Combustível Nuclear, Reinaldo Gonzaga, abordou o papel estratégico da empresa em todo o ciclo do combustível nuclear, da mineração ao enriquecimento, e as oportunidades de parcerias e expansão da produção nacional.
Para tratar da aplicação médica da tecnologia nuclear, Marcos Villela, presidente da Associação Nacional de Empresas de Medicina Nuclear, apresentou casos de sucesso no tratamento do câncer e reforçou os desafios do setor para expandir o acesso à medicina nuclear no país.
Encerrando o debate, Xingó enfatizou o momento decisivo para o setor. “O mundo está revalorizando a energia nuclear como pilar da transição energética. Países desenvolvidos voltaram a investir em novas usinas e o Brasil tem tudo para ser protagonista, não apenas como gerador de energia limpa, mas como desenvolvedor e exportador de tecnologia nuclear.”
Celso Cunha, presidente da ABDAN, falou sobre a urgência global e os desafios energéticos enfrentados pelo Brasil. “Precisamos atender a essas novas variáveis com uma base econômica justa, sustentável, resiliente, segura, limpa e estável. Esses são os atributos que a energia nuclear oferece ao Brasil”, afirmou. Cunha encerrou dizendo que “o setor nuclear brasileiro é um dos mais qualificados do mundo, mas precisamos de previsibilidade regulatória, segurança jurídica e de um marco legal que permita a inovação e a participação da iniciativa privada.”
