A Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar) e o Ministério de Minas e Energia (MME), por meio do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), apresentaram, nesta quinta-feira (25/09), os resultados do projeto Termossolar para indústrias de bebidas. A iniciativa mostrou que as medidas de eficiência energética aplicadas com equipamentos Selo Procel conseguimos em média de 20 a 22% de economia de energia dessas indústrias na conta de energia elétrica em quatro cervejarias localizadas nos estados do Ceará, Mato Grosso e São Paulo.
Os sistemas termossolares foram instalados em pequenas e médias indústrias ajudaram a reduzir custos energéticos, aumentar a eficiência produtiva e, principalmente, avançar na descarbonização do setor industrial. Os resultados da iniciativa pioneira no Brasil, que comprovou a viabilidade técnica e econômica da tecnologia Solar Heat for Industrial Processes (SHIP, sigla em inglês) no setor de bebidas.
O projeto foi estruturado em duas fases complementares. Na primeira, foram realizados diagnósticos energéticos nas fábricas participantes, com a exigência de implementação das medidas recomendadas como contrapartida para receber os sistemas solares. Essa etapa resultou em reduções médias de 20% a 22% na conta de energia elétrica, eliminando desperdícios e substituindo equipamentos ineficientes por modelos com Selo Procel.
Na segunda fase, foram realizados os projetos e instalados os sistemas solares térmicos, com foco na redução da aplicação de combustíveis fósseis nos processos produtivos dessas cervejarias. Ao todo, foram implantados 195 coletores solares, que permitiram às indústrias reduzirem em 40% o consumo de combustíveis utilizados. O ganho não se limitou ao custo: o ciclo produtivo também se tornou mais ágil e a indústrias mais sustentáveis, elevando a competitividade.
Os resultados ambientais são igualmente expressivos. O projeto alcançou uma redução anual de 34 toneladas de CO₂, o que equivale a retirar 22 carros das ruas, ao consumo de energia de 26 residências ou ao plantio de 3,4 mil árvores.
Para George Soares, gerente do Procel e representante da ENBPar, a importância do projeto vai além da inovação tecnológica. “Não estamos apenas divulgando resultados, mas mostrando o potencial de replicação dessa solução no setor industrial. O que esperamos é que a indústria brasileira avance em eficiência, competitividade e esteja alinhada à transição energética”, pontuou.
O Ministério de Minas e Energia (MME), como coordenador do Procel, reforçou o papel da eficiência energética para o centro da transição energética. “Trazer a eficiência [energética], mostrar como ela é realmente um pilar da transição energética, porque ela é tem que ser o primeiro passo a ser dado. Então a gente tem que eficientizar para depois a gente começar a mudar as tecnologias. E no caso aqui, a gente tá falando de um setor muito importante, que é o setor industrial. E no caso brasileiro, o setor industrial é um setor extremamente importante para isso, que como já foi mencionado aqui, nossa matriz é expressivamente limpa e renovável, mas no setor industrial a gente ainda tem o uso muito grande de combustíveis fósseis derivados de petróleo, que precisam avançar no uso de novas tecnologias e de alternativas”, destacou Samira Carmo, coordenadora de Eficiência Energética do MME.
O coordenador do Procel Indústria, Luiz Felipe Pacheco, destacou o caráter pioneiro da iniciativa. “Transformamos calor em economia e sustentabilidade. Hoje já é possível produzir cerveja com energia limpa.”
A superintendente de Gestão do Procel, Juliana Tadeu, agradeceu o empenho de todos no projeto destacando que os números apresentados mostram não só que nós estamos diante de um projeto piloto, bem-sucedido, mas que seja o primeiro de muitos. “É uma solução viável, sustentável e replicável para todo o nosso país, capaz de fortalecer nossa indústria, reduzindo os impactos ambientais e contribuir com a descarbonização da nossa economia”, finalizou.